Sociedades e parcerias: Construindo impérios ou implodindo fortalezas
- Em 22/06/2022
Sociedades e parcerias são formas comuns de se fazer negócios.
Estamos falando em investimentos em novas ideias, negócios familiares, conjunção de negócios para ampliar mercados e desenvolver novas tecnologias, começar uma sociedade.
Inicialmente, os interesses e objetivos das partes parecem ser comuns. Porém, ao longo do tempo, do desenvolvimento dos negócios, surgimento de novas personagens e oportunidades, muitos fatores podem mudar.
Então, como garantir que o alinhamento das partes se mantenha em benefício do negócio?
É comum ouvirmos falar de sociedades que terminaram, sócios que eram amigos de infância que não mais se falam e se desentenderam por discordar em como administrar o negócio ou no planejamento do futuro!
Exemplos, o Facebook e a Microsoft! Sim, 2 das marcas mundiais mais reconhecidas na atualidade, segundo a revista Forbes, que nasceram de amizades universitárias!
Este também é um problema comum nas sociedades familiares, como o que aconteceu à Família Maksoud e à Família Muller, dona da marca “51”.
Hoje, vamos esclarecer como contratos de parceria, contratos e outros instrumentos societários e contratos de investimentos podem ser aliados para o desenvolvimento e crescimento do negócio e, acima de tudo, para a manutenção das relações familiares e de amizade:
- Negócio e amizade: harmonia ou explosão;
- Negócios em família: alegria ou tristeza;
- Estabelecendo regras: a importância dos contratos; e
- Planejamento societário: investindo na rentabilidade
Negócio e amizade: harmonia ou explosão
Na década de 90, Eduardo Saverin e Mark Zuckenberg, foram colegas de quarto na Universidade de Harvard. Eduardo foi o primeiro investidor e cofundador do Facebook, investindo US$ 1 mil no negócio e, com o seu conhecimento gerencial contribuiu para a rentabilidade do negócio.
As desavenças foram agravadas diante do interesse financeiro de investidores financeiros que perceberam o potencial do Facebook.
Zuckenberg, por meio de uma jogada societária, acabou por reduzir a participação de Saverin no Facebook que, segundo o acordado inicialmente, deveria deter 30% do capital social do Facebook, e foi reduzida para 10%.
Hoje, Zuckenberg e Saverin não são mais amigos, o conflito societário foi resolvido por meio de acordo, após a propositura de ação judicial.
E quanto à Microsoft?
Bill Gates e Paul Allen se conheceram na década de 50, no ensino primário e compartilhavam o interesse pela então embrionária área de informática.
Na década de 70, Gates e Allen fundaram a Microsoft, que nasceu a partir do desenvolvimento de um computador doméstico.
A ascensão da Microsoft está em nosso dia a dia, ao ligarmos computadores e notebooks que utilizam o sistema Windows e Office, inventado na década de 80 e que revolucionou o mercado tecnológico.
A Microsoft, hoje, é uma das maiores produtoras de softwares do mundo e uma das marcas mais reconhecidas da atualidade!
Allen, em 1682, foi diagnosticado com câncer, e optou em se afastar da Microsoft, o que levou a entendimento com Gates, que alegava dedicar-se mais aos negócios do que Allen.
Com tal fundamento, Gates aumentou sua participação na sociedade, levando ao rompimento com Allen.
São mais de 30 anos de amizade, destruídos por desentendimentos nos negócios, fato este que é bastante comum, diante da dificuldade ao se misturar negócios, dinheiro e amizade.
Ao longo do tempo, interesses e prioridades podem mudar, casamento, filhos, tempo, questões de saúde, dentre tantas outras coisas podem fazer com que interesses inicialmente convergentes, tomem rumos diferentes.
Não estamos falando somente de ambição ou, na pior das hipóteses, má-fé, mas dos caminhos que a vida de cada um segue, como aconteceu com o Paul Allen.
Negócios em família: alegria ou tristeza
Até agora conversamos acerca de relações de amizade, mas quanto às relações familiares? Será que o vínculo de consanguinidade existente é sólido o suficiente para sobreviver ao efeito do tempo e ao desenvolvimento de um negócio?
Há exemplos de relações familiares que não resistiram ao efeito do tempo, à influência de novas personagens e às decisões negociais. Ainda que, à primeira vista, parecessem legados indestrutíveis!
Esse é o caso do Hotel Maksoud Plaza, inaugurado em 1979, um símbolo da capital paulista (https://azevedoneto.adv.br/o-caso-maksoud-plaza-o-fim-de-um-icone-paulistano/)!
Conflitos familiares, quanto à divisão do patrimônio e sua gestão implodiram 42 anos de história!
Ainda, há o caso da família Muller, criadora da cachaça 51 e do slogan conhecido por todos os brasileiros: “uma boa ideia”. Dois irmãos que não concordavam com a forma de gestão do legado familiar, conflito este agravado pelo casamento de um dos irmãos.
Se desconsiderarmos que estamos falando de uma marca que vale milhões de reais, o enredo dessa história soa comum.
Isso porque pode ser o resumo da história de muitos pequenos negócios.
Estabelecendo regras: a importância dos contratos
Após vermos que conflitos podem nascer em qualquer ambiente, cabe refletirmos se há uma forma de evitá-los.
Sim, há uma forma, contratos!
Não vamos conversar acerca dos aspectos jurídicos que envolvem os contratos e instrumentos similares, mas sim sobre o potencial dos contratos em minimizar problemas!
Por meio da elaboração e assinatura de contratos que estabeleçam:
- as regras de parceria;
- direitos e obrigações das partes;
- forma de realização de aportes financeiros para novos investimentos;
- requisitos para o ingresso de novos sócios ou parceiros;
- regras para se administrar a sociedade, desde a aquisição de equipamentos, celebração de contratos necessários ao dia a dia do negócio, contratos de empréstimo, alienação de bens e obrigações e limites dos administradores;
- necessidade de prestação de contas, sua periodicidade e forma; e
- eleição de administradores terceiros;
- regras para saída de sócio, incluindo a fórmula de cálculo do valor a ser pago e a respectiva forma de pagamento; e
- requisitos para participação de herdeiros e sucessores na gestão do negócio.
Um contrato pode e deve refletir as expectativas de cada parte em relação ao negócio e seu futuro, como maneira de formalizar regras que contribuem para a harmonia entre os envolvidos.
Tais regras garantem que cada uma das partes saiba seus direitos e obrigações, evitando conflitos e mal-entendidos.
Planejamento: investindo na rentabilidade
Uma vez compreendido como os contratos podem ser ferramentas poderosas para se evitar conflitos, investir em contratos elaborados por profissionais especializados é investir na harmonia das relações de amizade e familiares, no futuro de seu negócio e na construção de um legado!
Consulte um de nossos advogados especializados e entenda todo o potencial de um contrato para a rentabilidade de seu negócio!
0 Comentários