Entrevista com um empreendedor – Parte II

Aumentando a rentabilidade da inovação

Este é o segundo de uma série de artigos que demonstra a importância de muitas das estratégias sobre as quais conversamos em artigos anteriores, mediante a análise de casos práticos!

Sim, o objetivo dessa série é que você entenda os reflexos de usos de ferramentas e estratégias em negócios reais, os quais foram essenciais ao seu sucesso (https://azevedoneto.adv.br/entrevista-com-um-empreendedor-parte-i/).

O valor de uma ferramenta é dado pelo seu uso adequado, por se saber explorar todo o seu potencial. Da mesma forma, o conhecimento tem valor inestimável, mas saber utilizá-lo é o que torna tal valor, além de inestimável, real!

Neste artigo, vamos falar das ferramentas que tornam real e potencializam o lucro decorrente de uma ideia inovadora!

Sim, a transformação de sua ideia em dinheiro!

• O que é inovação?
• NuBank e Quinto Andar: Identificando dores e adaptando conceitos
• Elementos impulsionadores do sucesso
• Transformando uma ideia em lucro

O que é inovação?

O conceito de inovação pode variar, dependendo, principalmente, da sua aplicação. … Nem apenas o telefone celular, a Internet, Bitcoin e o computador, por exemplo, são inovações….

Há inovações de natureza tecnológica que, na maior parte das vezes, exigem conhecimento técnico específico e maior investimento financeiro, ou, aquelas que desenvolvem novo uso para tecnologias existentes.

Ora, até existem produtos mundialmente conhecidos e que fazem parte de nossa vida cotidiana, como o post-it e o forno de micro-ondas que foram descobertos “por acaso”, no processo de tentativa de desenvolvimento de outros produtos!

Vejamos:

O post-it que usamos para fazer anotações nasceu de uma tentativa falha do pesquisador Spencer Silver, em 1970, para desenvolver uma cola superforte, mas que resultou em uma cola “que não cola”.

O forno de micro-ondas, eletrodoméstico comum na maior parte das casas se originou de uma pesquisa para produção de armamentos eletrônicos e equipamentos militares. O engenheiro Percy Spencer, em 1945, notou que as ondas eletromagnéticas emitidas por um radar acabaram derretendo uma barra de chocolate que estava no seu bolso. Após alguns experimentos, ele criou o forno de micro-ondas.

A inovação pode, ainda, acontecer ao se identificar mercados pouco explorados, os denominados “oceanos azuis”, como denominaram W. Cham Kim e Reneé Mauborgne em seu livro “A Estratégia do Oceano Azul”.

A inovação também pode nascer ao se inventar soluções a determinados problemas cotidianos, não necessariamente envolvendo o desenvolvimento de tecnologias avançadas, mas trazendo praticidade ao dia a dia das pessoas.

Ou seja, existem muitas formas de se inovar e sempre admiramos aqueles que empreenderam e souberem como investir em sua ideia, para transformá-la em uma empresa de sucesso!

Ao se analisar casos de sucesso, podemos perceber a existência de elementos comuns além da criatividade, conhecimento e dedicação!

NuBank e Quinto Andar: Identificando dores e adaptando conceitos

Neste artigo, vamos conversar um pouco sobre empreendedores brasileiros que: identificaram um nicho de mercado e, adaptando tecnologia já existente desenvolveram serviços que atendiam à mercados existentes e melhoravam aqueles já existentes.

NuBank

O NuBank, hoje, é avaliado em US$ 41,5 bilhões e tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque.

Mas, a sua história começou 2013, quando seu idealizador David Velez ao ter de entrar em uma agência bancária para abrir um conta corrente, deparou-se por um problema pelo qual muitos de nós já passaram, a porta giratória com detector de metais, que torna, por vezes, o acesso à agência bancária um suplício. Apenas uma de muitas questões burocráticas que caracterizam o atendimento bancário, bem como as taxas bancárias que assustam clientes!

Desse problema comum, ele notou que havia espaço no mercado para um banco mais ágil, com menos burocracia que facilitasse o dia a dia do cliente que deseja não pagar taxas, um banco com uma “melhor experiência bancária”!

Então, trabalhando com Edward Junqueira e Cristina Junqueira, fundou o NuBank: a maior startup de serviços financeiros!

O NuBank identificou uma necessidade do mercado e investiu em sua ideia, construindo uma marca que visava que o cliente bancário tivesse a melhor experiência possível, evitando filas, burocracia, atendimento insatisfatório e taxas, frustrações comuns de todos aqueles que tem de lidar com os grandes bancos!

A partir da determinação do nicho, construiu-se uma marca e adaptou-se tecnologia já existe ao negócio.

Trata-se certamente de crescimento meteórico, diante da valorização da marca em 8 anos, que se fundamenta não apenas em uma boa ideia, mas no investimento em sua estruturação, desde o planejamento de marketing, societário e tributário, que culminaram na abertura de capital na Bolsa de Valores de Nova Iorque!

Quinto Andar

O Quinto Andar é uma startup focada na locação, compra e venda de imóveis.

A comercialização de imóveis é bastante comum, porém trata-se de mercado comumente trabalhado de forma “artesanal”, por meio de corretores, e caracterizado por um processo burocrático e pouco ágil, diante da análise de documentação para avaliação de crédito e das garantias envolvidas no negócio, como, por exemplo, a necessidade de fiança, seguro fiança ou caução.

O Quinto Andar, fundado por Gabriel Braga e André Penha, nasceu no início de 2013, que desejavam facilitar o processo de locação de um imóvel, problema que ambos haviam vivenciados  ao tentar alugar imóvel em São Paulo, uma vez que não tinham fiador!

A plataforma desenvolvida por eles, identificou algo no mercado que poderia ser melhorado, uma necessidade do consumidor, e investiu na criação de uma solução que desse maior celeridade ao processo de locação, utilizando recursos existentes, como a assinatura digital!

Até 2021, o Quinto Andar já havia captado mais de R$ 750 milhões de reais, no Brasil e no exterior!

Um investimento que começou com US$ 350.000,00 cresceu e se tornou um dos primeiros unicórnios brasileiros!

Para que seja possível a captação de recursos no Brasil e no exterior se faz essencial a estruturação fiscal e societária do negócio, investindo-se em planejamento de marketing e financeiro, e nas contínuas melhorias da plataforma!

Elementos impulsionadores do sucesso

Em um primeiro momento, notamos que não há inovação tecnológica por si só. Sim, há investimento em tecnologia, mas na adaptação de recursos já existentes, há uma necessidade latente do mercado!

Trata-se de investimento em mercado já existente, e não da criação de um novo mercado de consumo.

E, acima de tudo, um mercado que agrega todas as classes sociais!

A partir da identificação do seu mercado, passa-se ao desenvolvimento de adequada estratégia de marketing e planejamento financeiro e estratégico do negócio (https://azevedoneto.adv.br/investindo-no-seu-negocio-mais-do-que-uma-boa-ideia-a-importancia-da-estrategia/).

Uma ideia “no papel” é valiosa, mas uma ideia com análise de custo e viabilidade de execução e potencial de crescimento é ainda mais valiosa!

Ao se desenvolver uma ideia, deve-se levar em consideração:

• a necessidade do mercado;
• seu mercado consumidor ou target demográfico;
• custo, tempo e insumos necessários para sua execução e aperfeiçoamento;
• estratégia de marketing;
• custo administrativo para a implementação do negócio;
• tributação incidente sobre a atividade;
• potenciais parceiros existentes no mercado;
• forma de contratação de empregador, parceiros e prestadores de serviços;
• identificação de potenciais investidores;
• projeção de crescimento a curto e médio prazo; etc…

Há muito planejamento na execução de uma ideia, o que significa que é necessário capital, espírito empreendedor, e a contratação de consultoria financeira, contábil, técnica e jurídica adequada, conforme o caso.

Dos Sócios e Investidores

Quando falamos de sócios e investidores, tratamos de uma relação comercial que deve ter como principais características a confiança e a transparência entre as partes. Para tanto, a elaboração e assinatura de contratos que reflitam os direitos e obrigações das partes.

Estamos falando de contrato social, acordo de sócios, contratos de empréstimo, dentre outros documentos possíveis, para que, desde o início, cada pessoa saiba o que é esperado dela no desenvolvimento dos negócios, bem como quais são as regras quando do ingresso de novos investidores ou da venda do negócio.

Aspectos Tributários

Ao tratarmos de impostos, há duas perspectivas a serem analisadas.

A primeira delas diz respeito aos impostos incidentes sobre o produto ou serviço desenvolvido, devendo-se garantir o pagamento dos impostos devidos, realizando-se planejamento tributário para que se pague apenas os impostos necessários.

Sim, muitas empresas, por falta de conhecimento, pagam mais impostos do que o necessário, o que pode ser evitado por meio de planejamento tributário e sucessório.

A segunda perspectiva que deve ser sopesada, é de eventual venda do negócio, considerando que a tributação incidente sobre o ganho de capital, que pode chegar a 32% do valor do lucro auferido, caso não haja planejamento.

Dos contratos

Ainda devemos levar em consideração os contratos a serem celebrados pela pessoa física ou jurídica, desde contratos de locação a contratos bancários, prestação de serviços e fornecimento de insumos.

Dentro de um contrato, há muitos pontos que demandam atenção como o prazo e sua renovação, penalidades em caso de inadimplemento, confidencialidade, propriedade intelectual, possiblidade de rescisão, garantias apresentadas etc.

No aspecto contratual, não podemos deixar de citar a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados.

De acordo com o seu negócio, podem variar as medidas a serem adotadas. Ou seja, os cuidados a serem tomados dependem das informações com as quais você trabalha e o quão sensíveis essas são.

Informações como dados de cartão de crédito e dados bancários exigem maior grau de proteção, por exemplo. Em caso de não cumprimento da LGPD, pode ser aplicada multa pela Agência Nacional de Proteção de Dados – ANPD.

Tais cláusulas podem, eventualmente, representar risco ao seu negócio e chegar a reduzir o valor de venda do negócio, proporcionalmente ao risco apresentado.

Da propriedade intelectual

Para a preservação da propriedade de sua ideia, do trabalho ao qual tão arduamente se dedicou, se faz necessário o registro da propriedade intelectual junto aos órgãos competentes.

Assegurar que o trabalho desenvolvido por terceiros para o seu negócio não seja amplamente divulgado ao mercado, também é uma segurança que pode ser alcançada por meio da celebração de contratos.

Da proteção dos bens pessoais

Cada negócio traz consigo riscos de natureza trabalhista, fiscal e civil.

Ao se contratar um empregado, expõe-se aos riscos de uma reclamação trabalhista. Ao se desenvolver atividade, há os riscos fiscais, que são agravados pela complexa legislação fiscal brasileira.

Ainda, ao se relacionar com consumidores e fornecedores, assume-se obrigações cujos riscos podem ser prevenidos mediante a celebração de contratos, por exemplo.

Ainda, conforme o negócio, há outros órgãos fiscalizadores envolvidos, cada qual com a sua legislação específica, a qual deve ser observada.

Se, por qualquer motivo, deixar-se de pagar impostos, fornecedores, aluguel, salário de funcionários ou obrigações financeiras, como empréstimos, há possibilidade de que seu credor proponha ação judicial ou reclamação trabalhista para receber os valores devidos.

Execuções fiscais, cíveis ou trabalhistas podem atingir o patrimônio pessoal dos sócios, trazendo prejuízos, por vezes, irreparáveis. Além de anotação de dívida em órgãos de proteção ao crédito que pode prejudicar os seus negócios!

Há como minimizar os riscos, por meio de consultoria jurídica especializada nas áreas trabalhistas, cível e tributária. Contudo, e se não há como evitar o inadimplemento das obrigações, há solução?

Pode-se reduzir a ameaça ao seu patrimônio por meio de planejamento societário, a ser conduzido por advogado especializado! (https://azevedoneto.adv.br/empreendendo-com-seguranca-os-desafios-do-empreendedor-e-como-preservar-o-patrimonio/).

Atraindo investidores: a importância da estruturação societária e outros aspectos legais relevantes

Você deve estar se questionando acerca dos custos para se fazer tudo isso….

Primeiramente, é necessário esclarecer que se trata de um investimento no futuro e na rentabilidade de sua ideia.

Isso mesmo!

Ao se minimizar riscos e eventuais passivos, garantir-se o adequado desenvolvimento de sua ideia, de forma a permitir que esta esteja em constante evolução e aumentar o interesse de investidores!

Sim, você entendeu, a adequada estruturação do negócio valoriza o produto que você está vendendo para potenciais investidores, aumentando ainda mais a rentabilidade dos valores, do tempo e de sua dedicação!

Investe-se no seu poder de atrair investidores e no potencial aumento de valor de venda!

Valorize sua ideia e invista no futuro, contratando assessoria especializada, que agregará valor aos seus negócios

Os profissionais do Azevedo Neto Advogados estão à disposição de seus clientes e parceiros para maiores esclarecimentos e eventual estruturação estratégica!

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