Como garantir a sobrevivência das empresas familiares
- Em 12/05/2020
Mais de 90% das empresas brasileiras são empresas familiares, administradas pelos membros da família. Quando do falecimento dos membros da 1ª geração, apenas 75% de tais empresas sobrevivem, e apenas 7% das empresas sobrevivem até a 3ª geração. É certamente um número que impressiona, considerando que matriarcas e patriarcas desejam que o legado por eles construído perdure por muitos anos!
Diante de tais dados, questiona-se: qual o fator que contribui para a continuidade da empresa para as gerações futuras?
Cada caso deve ser analisado de acordo com as suas particularidades, mas podemos identificar 2 elementos de extrema importância para a sobrevivência e constante inovação e crescimento das empresas familiares: a profissionalização da gestão e a harmonia entre os sócios, ao almejar um objetivo comum, qual seja, a maximização do valor econômica da sociedade familiar e a sua continuidade
- Da profissionalização da administração da empresa
Trata-se da distinção e segregação dos papéis daqueles que participam ativamente da gestão da empresa, de acordo com os conhecimentos técnicos e habilidades de cada indivíduo, permitindo que cada um deles exerça o seu papel com competência e efetividade. A função de cada uma das personagens deve ser clara, assim como o entendimento de todo elenco envolvido de que há uma meta comum, pela qual todos devem estar unidos para lutar.
A preservação da sociedade e a definição de mecanismos para se chegar ao objetivo comum pode ser determinada por meio de celebração de Acordo de Sócios e de Contrato Social com regras específicas que obriguem os sócios a agir sempre de acordo com o melhor interesse da empresa, alimentando a confiança entre eles, por meio de administração transparente e profissional, focada no crescimento da empresa em detrimento aos interesses pessoais dos sócios.
O resultado de tais regras certamente beneficiará a todos, com a valorização da sociedade. Em momentos de crise, como a que vivemos hoje em decorrência da pandemia do COVID 19, a profissionalização é um ingrediente essencial para a manutenção das atividades da sociedade durante a crise, e seu crescimento após a crise.
- Da convergência dos interesses dos sócios
Acima de tudo, os interesses da sociedade devem nortear todas as decisões dos sócios. Cláusulas específicas do Acordo de Sócios e do Contrato Social podem definir critério objetivos para a gestão, transparência na tomada de decisões, bem como regras para novos aportes de capital e para a retirada de sócios. O resultado de tais regras é uma gestão clara para aumentar a confiança entre todos os envolvidos.
Importante lembrar que a sociedade tem personalidade diferente da de seus sócios, os quais conjuntamente devem perseguir o seu objeto social. Decisões tomadas fundamentadas nos interesses pessoais de cada sócio podem prejudicar a sociedade, além de poder atingir ao patrimônio pessoal dos sócios, e criar discórdia onde deve prevalecer a união.
A profissionalização da gestão pode ser combinada com o planejamento sucessório da 1ª geração, ou seja, à preservação da sociedade, une-se a redução de custos sucessórios, assegurando a continuidade da sociedade e a preservação do legado familiar!
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